ARTIGOS, NOTÍCIAS E REPERCUSSÕES SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA.

sábado, 25 de agosto de 2012

É tudo culpa das armas?

Atualizado com link¹ para reportagem às 12:40

Mais uma vez, a ideologia sensacionalista de abominação às armas produziu notícias distorcidas. Nessa sexta (24), em Nova Iorque, um ex-funcionário de uma empresa voltou ao seu antigo local de trabalho para um acerto de contas com um desafeto, também funcionário. Chegou ao local com uma arma em punho, atirou no ex-colega e foi alvo de uma ação policial rápida, porém desastrada. Além de neutralizar o agressor, a polícia acabou atingindo um grupo de turistas¹ que aguardavam nas proximidades do Empire State Building para visitação.

Os fatos, entretanto, demoraram muito a ser noticiados como realmente aconteceram, principalmente por aqui. O acerto de contas entre dois ex-colegas de trabalho logo virou um "atirador" abrindo fogo contra uma multidão indefesa e nela fazendo vítimas inocentes. Quase instantaneamente, as armas foram eleitas pelo prefeito desarmamentista Bloomberg como as grandes culpadas. Ele só não contava com a posterior descoberta de que as tais armas assassinas, no caso, eram da polícia.

De qualquer modo, Bloomberg está completamente errado em sua ideologia.

Há nos EUA atualmente cerca de 294 milhões de armas civis, ou 88 armas por 100 habitantes, e os homicídios com elas são da ordem de 2,97 por grupo de 100 mil - a menor taxa em 50 anos. No Brasil, por exemplo, são 14 milhões de armas, na estimativa mais exagerada, numa taxa mais de dez vezes inferior à americana (8/100 habitantes), e há por aqui 18 homicídios com arma de fogo por 100 mil habitantes. Como, então, se por a culpa na arma?

O sensacionalismo derivado da polêmica sobre a questão das armas de fogo rende, é fato, mas acaba produzindo um efeito desacreditador na mídia que ignora fatos para apenas publicar versões. O compromisso jornalístico deveria ser com os fatos, mesmo que estes muitas vezes pareçam sem graça, mas esse compromisso, infelizmente, não tem sido a regra. É, inclusive, extremamente sintomática a forma como, depois de se descobrir que não havia nenhum atirador fazendo vítimas inocentes, a notícia simplesmente sumiu dos maiores portais de notícia nacionais, onde estavam estampadas com destaque enquanto se acreditava num novo massacre fruto do "abominável" american way of life.

Nessa mesma semana, um outro fato envolvendo armas sequer foi noticiado, deixando muito claro como as armas só devem povoar a mídia sob um prisma negativo. Na periferia de Washington, um ativista gay entrou em um centro cristão disposto a cometer um massacre contra os ali presentes, ao que se apurou, como retaliação pela postura da congregação contra a união homoafetiva. Assim que foi identificado armado e mesmo antes de conseguir fazer sua primeira vítima, o pretenso assassino foi neutralizado por um segurança armado e nenhum ataque ocorreu. Ninguém noticiou. A omissão, inclusive, agora está repercutindo, justamente por demonstrar que notícia não é bem o que dizem os fatos, mas o que querem dizer os editores (vide: mídia ignora ataque evitado por segurança armado).

Talvez não se deva pregar que armas são instrumentos salvadores, para não estimular quem com elas não está familiarizado a reagir indistintamente a qualquer ameaça, mas certamente não se pode escolher um lado apenas dos fatos para noticiar, trazendo a público somente os ataques com armas, e nunca suas inúmeras e exitosas utilizações como meio de defesa. Armas, em si, não são boas ou más, divinas ou demoníacas. Tudo depende de quem aciona o gatilho.

2 comentários:

  1. Se os policias atigiram as vitimas, como vamos confiar na segurança pública ? se nem a policia tem o treinamento adequado!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso que era a polícia dos EUA que tem treinamento muito melhor que a do Brasil.

      Excluir