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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Especialista recomenda não sair às ruas em caso de nova greve da PM.

Um dia após o final da greve da Polícia Militar do estado da Bahia, a prisão do líder do movimento, o vereador soteropolitano Marco Prisco, traz de volta o risco de paralisação das tropas no estado. Em menos de 24 horas e ainda sob o impacto da explosão de violência ocorrida nos quase três dias de greve, a população está novamente amedrontada, à mercê dos bandidos e buscando se proteger da forma que consegue.

Coordenador da ONG Movimento Viva Brasil na região Nordeste do país, o pesquisador em segurança pública Fabricio Rebelo recomenda à população que evite sair às ruas caso o movimento grevista seja retomado. “Como ficou claro  nos últimos dias, a paralisação das atividades policiais leva, já num primeiro momento, a um crescimento generalizado de ocorrências, tanto por parte de bandidos habituais, como por criminosos de ocasião, o que aumenta muito os riscos para quem está nas ruas”, afirma.

Segundo o pesquisador, a atuação de tropas do Exército e da Força Nacional de Segurança não restaura a normalidade. “O papel do Exército e da Força Nacional de Segurança é, essencialmente, o de preservar a ordem pública, evitando ações como depredações, saques e arrastões, mas eles não substituem a ação habitual da polícia militar no patrulhamento repressivo. Portanto, não é correto achar que a chegada destas forças elimina os riscos para a sociedade”, é o que alega.

Embora recomendando evitar sair as ruas, Rebelo reconhece que ficar em casa não é garantia de segurança, atribuindo isso às políticas de desarmamento implantadas pelo Governo Federal. “Mesmo ficando em casa, a absoluta maioria da população não tem como se defender de uma eventual investida de bandidos, por conta da legislação restritiva que praticamente impede o acesso do cidadão às armas para autodefesa. Em momentos de crise, como este, fica claro o quão vulnerável está a sociedade por conta dessa política desarmamentista, que acaba sendo determinante para a grande dimensão alcançada pela greve policial”, finaliza o pesquisador.

Em quase três dias, a greve da Polícia Militar baiana resultou num aumento generalizado de ocorrências, com mais de 40 homicídios na capital e uma onda de saques e roubos. Embora a nova paralisação seja em protesto pela prisão de Marco Prisco, já transferido para um presídio federal em Brasília, o governo baiano informa que não teve qualquer relação com o fato, já que se tratou de um pedido do Ministério Público Federal, em decorrência de atos praticados em outra greve por ele liderada, em 2012.


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