Na próxima terça-feira, a Secretaria Nacional de Segurança Pública divulgará os dados do Anuário Estatístico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apontando a evolução da violência no país. As conclusões do estudo foram antecipadas pelo Estadão neste domingo, e elas indicam o que o senso comum pode perceber pela simples observação do cotidiano: os homicídios aumentaram.
De acordo com o estudo, os números da violência homicida no Brasil em 2012 são os maiores desde 2008, com mais de 50 mil assassinatos. Uma evolução de 7,6% em relação ao ano anterior.
Autor de diversos artigos contestando as políticas de segurança pública no país, o pesquisador da ONG Movimento Viva Brasil, Fabricio Rebelo, recebeu com naturalidade os dados, embora demonstre preocupação com os números. "Não é de hoje que alertamos para o fato de que as políticas de segurança pública brasileira estão equivocadas em sua origem, e o que vemos hoje é a pura consequência deste erro, com uma evolução alarmante da violência criminal, sem um combate eficaz pelo Estado", afirma.
Autor de diversos artigos contestando as políticas de segurança pública no país, o pesquisador da ONG Movimento Viva Brasil, Fabricio Rebelo, recebeu com naturalidade os dados, embora demonstre preocupação com os números. "Não é de hoje que alertamos para o fato de que as políticas de segurança pública brasileira estão equivocadas em sua origem, e o que vemos hoje é a pura consequência deste erro, com uma evolução alarmante da violência criminal, sem um combate eficaz pelo Estado", afirma.
Na avaliação de Rebelo, a falta de um combate efetivo às organizações criminosas permitiu que elas se fortalecessem, deixando as forças de segurança sempre um passo atrás na luta contra o crime. "Durante mais de uma década, a diretriz central de segurança pública no país insistiu em desconsiderar que o crime organizado é o efetivo responsável pela absoluta maioria dos homicídios, combatendo apenas a ponta do problema, e não sua essência. Com isso, as quadrilhas se organizaram e hoje têm uma estrutura muito mais difícil de ser combatida".
Para o pesquisador, diagnosticar, ainda que com atraso, a dimensão das organizações criminosas é um passo importante, mas não resolverá o problema. "A maior dificuldade no combate ao crime no Brasil é a impunidade. O criminoso hoje não tem receio de ir preso e, quando vai, muitas vezes continua a delinquir de dentro das cadeias. Enquanto isso for uma realidade, não dá para esperar uma reversão no quadro criminal", finaliza.
A avaliação oficial do estudo deverá ser realizada apenas na terça-feira e há grande expectativa quanto às conclusões da SENASP sobre a realidade criminal, principalmente pelo histórico do órgão, ao culpar, não os criminosos, mas o cidadão comum pelos homicídios, insistindo, contrariamente ao que indicam os recentes números, que eles são essencialmente de origem passional.
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Fonte: Redação OdS
Veiculação: Online
Reprodução: Autorizada
Condição: Na íntegra
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