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domingo, 27 de outubro de 2013

Relatório sobre projeto que regulamenta armas é alvo de críticas.

Uma das propostas mais polêmicas em debate na Câmara dos Deputados, o PL nº 3.722/12 segue na pauta da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. De autoria do deputado catarinense Rogério Peninha Mendonça (PMDB), o projeto institui um novo modelo para a regulamentação das armas e munições no país e já conta com parecer pela aprovação, mas com um substitutivo proposto pelo relator, o baiano Cláudio Cajado (DEM).
 
Se a iniciativa colocava claramente em dois lados os apoiadores e críticos do projeto, o atual substitutivo parece não ter agradado ninguém. Os radicais desarmamentistas são contrários a qualquer alteração no atual estatuto do desarmamento, enquanto os defensores do direito à legítima defesa reclamam que o projeto original foi desfigurado, passando a ser apenas uma versão remodelada da lei atual, até com restrições maiores do que as já existentes.
 
O autor do projeto engrossa o coro dos descontentes. Através de seu perfil no Facebook, que vem ganhando cada vez mais notoriedade em razão da iniciativa, o deputado Peninha publicou, no último dia 14, que, embora o deputado Cajado tenha adotado um discurso em favor do direito à legitima defesa, não traduziu isso no voto, razão pela qual, mesmo após uma primeira alteração, “seu parecer continua ruim”.


Segundo Peninha, como os debates com o relator na primeira comissão não deram um bom resultado, a aposta agora ficará para a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, onde a análise deve ser mais técnica.
 
Engajada na apresentação da proposta desde o seu início, a ONG Movimento Viva Brasil também critica o parecer do relator. Para o pesquisador em segurança pública da entidade, Fabricio Rebelo, o substitutivo “é lamentável”. Rebelo é autor de um artigo considerado o embrião do projeto, em que chama o atual estatuto do desarmamento de “uma lei socialmente desajustada”, em razão de ter sido rejeitada por um referendo realizado em 2005 e de não produzir nenhum efeito na redução da criminalidade.
 
Na avaliação do pesquisador, o substitutivo atual passa longe dos avanços contidos no projeto original. “Sabíamos que o texto seria objeto de alguns ajustes durante sua tramitação, mas não esperávamos que isso pudesse resultar numa proposta tão desfigurada, que retira as principais melhorias idealizadas para o sistema atual e chega ao ponto de criar restrições que hoje não existem, como as relativas à abrangência do porte de arma e o controle sobre armas de pressão”, revela.
 
Em meio a tamanha polêmica, o texto foi retirado de pauta na sessão em que seria apreciado, graças a um pedido de vistas do deputado Eduardo Azeredo (PSDB/MG), que o devolveu à comissão no último dia 22, mas sem declarar seu voto. As sessões da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional ocorrem às quartas-feiras, e é possível que o projeto volte a ser apreciado a partir do próximo dia 30 de outubro.


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Fonte: Redação OdS
Veiculação: Online
Reprodução: Autorizada
Condição: Na íntegra

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